Então, a quanto tempo não apareço por aqui...
Mas, toda vez que me acontece alguma coisa, seja ela boa ou ruim, a única alternativa que me resta é escrever, escrever, escrever...
É incrível como tudo que vem pra minha vida me faz remeter ao passado, sim, porque já são cinco dias ouvindo Engenheiros, Maysa, Zé Geraldo, Orishas e mais um monte de outras músicas que me trazem o cheiro do passado, o gosto do passado, as cores do passado.
Olho tudo que está acontecendo e lembro do que já aconteceu, lembro do primeiro namorado, aquele que eu deixei porque queria viver, porque queria estudar, porque queria ir a um Show com as amigas da escola, aquele que quando eu raspei minha cabeça me chamou de retardada, por Allah que saudade.
Não dele, mas daquele tempo, que era bom, muito bom...
Olho tudo que está acontecendo e lembro do que já aconteceu, da primeira paixão, aquela que me deixou sem ar, sem eira nem beira, com a cabeça e o corpo anestesiados, aquela paixão que me fez fazer loucuras nunca antes imaginadas (pelo menos por mim) , aquela que me fez falar bobagens e tomar litros de Wisk pra esquecer, aquela que me fez me rasgar de raiva e rasgá-lo de amor e desejo....e quer saber, também sinto uma saudade lascada de tudo isso, que saudade.
Mas essa saudade também não é da paixão, mas daquele tempo em que eu era doida e fazia loucuras em nome do "amor"....
Olho tudo que está acontecendo e lembro do que já aconteceu, do primeiro emprego, onde eu dava tudo de mim e ainda assim não tava bom. Lembro de quando acordava as 06:00 pegava minha bike e meu Walkman e saia, sempre atrasada, e chegava lá suando e quase surda e trabalhava o dia todo sem comer porque a Anfepramona 75mg não deixava rsrsrs....ganhava R$400,00 por mês e achava muito. Como tenho saudades, saudades não do trampo, do sufoco, do transito querendo me engulir com minha bike, mas da época em que eu era feliz com quase nada e ria da vida e de todo mundo.
Olho tudo que está acontecendo e vejo quanta escolha errada, quanta escolha certa, quanto riso, quanto choro e percebo que tudo passa e que eu vou continuar aqui.
Hoje não adianta mais ouvir Engenheiros e querer ter 15 anos novamente, hoje eu tenho 35 anos, sou mãe e tenho que correr atrás do prejuízo.
Amanhã?
Amanhã é outro dia e eu vou rir de tudo isso.
Salam.
